terça-feira, 2 de dezembro de 2014

RELEASE: OBRA DE PINA BAUSCH É REVERENCIADA POR COREÓGRAFAS NO CINE-TEATRO NA ESCOLA


Coreógrafas Ciane Fernandes e Betti Grebler (Foto: Rodrigo Queiroz)


O público presente no Cine-Teatro na Escola, na noite desta segunda-feira (1º), se encantou com os movimentos de seis bailarinos retratados no filme alemão “Café Müller” (1978), cujo roteiro e direção são da coreógrafa Pina Bausch.

Para comentar a obra e um pouco da trajetória da artista estiveram presentes, no Teatro Martim Gonçalves, as coreógrafas Ciane Fernandes e Betti Grebler, ambas com teses relacionadas a dança e Pina Bausch.

Logo de início, Ciane Fernandes explicou que sua tese de doutorado foi em relação às obras de Pina antes dela começar a montar seus espetáculos nas cidades. Ela, inclusive, escolheu Café Müller para traçar uma análise mais detalhada em seus estudos.

“É uma obras compacta, em relação às outras obras de Pina - de três ou quatro horas de duração. Trabalhei do início ao fim. Analisei padrões de movimentos”, conta. Ainda segundo Ciane, Café Müller marca a trajetória de Pina por ser uma obra de fronteira, passando do movimento abstrato para o movimento teatral.

A coreógrafa ainda destacou, na ocasião, que “você não faz uma tese sobre a Pina, mas com ela. Porque as obras dela são muito maiores. Tem que deixar a obra dela pulsar no seu trabalho”. Ciane revela que não fez uma análise bibliográfica ou histórica. Todavia, fez várias danças durante a tese.

Betti Grebler, por conseguinte, destaca que “Pina foi a única da geração dela que logrou um processo espetacular (de dança-teatro) que só ela fazia”. Betti relata que na sua tese tentou fazer uma conexão entre a também coreógrafa alemã Mary Wigman e Pina Bausch

A plateia comentou a organicidade e fluxo dos movimentos presentes na obra de Pina e Ciane complementou que a coreógrafa sempre foi contra fórmulas. De acordo com Ciane, Pina dizia que estava mais interessada no que movia as pessoas e não como as pessoas se moviam. Contudo, destaca que o como se move também é importante, mas tem que ter uma relevância, não pode separar do conteúdo. 

Ao serem questionadas, pelo público, sobre de que maneira Pina interagia com o espectador? Betti diz que Pina dá muito lugar ao espectador porque “ela nunca diz o que é [o espetáculo]. Ela deixa isso com o espectador”. Já Ciane, acrescenta que “a dança não tem que ter uma forma específica, mas tem a ver com a forma como vemos as coisas”. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário