terça-feira, 28 de outubro de 2014

RELEASE: ESCOLA DE TEATRO DA UFBA EXIBE DOCUMENTÁRIO SOBRE JOSÉ CELSO MARTINEZ





No mês de novembro, o Projeto Cine-Teatro na Escola - uma realização da Escola de Teatro da UFBA - contará com mais exibições de filmes importantes sobre as Artes Cênicas.

Na próxima segunda-feira (03/11), será exibido gratuitamente, às 18h30, o longa metragem “Evoé - Retrato de um Antropófago” (2011), no Teatro Martim Gonçalves, no bairro do Canela, em Salvador. O ator, diretor e roteirista Franklin Albuquerque confirmou presença no bate-papo da noite.

O filme traz depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos-chave da trajetória de Zé Celso: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe, em Alagoas, Epidaurus e Atenas, na Grécia e em sua casa, em São Paulo.

A programação do mês de novembro inclui ainda os filmes: “A Desconstrução do Espaço Cênico: Profissão Cenógrafo” (10/11); “Nilda Spencer: Especial TVE” (17/11); e “Augusto Boal e o Teatro do Oprimido” (24/11).

Através do Projeto, já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10); “Jogo de Cena”(13/10), “Grupo Galpão” (20/10); “Yumara Rodrigues – Uma Diva nos Palcos da Bahia”, junto com o curta metragem Perfil – Harildo Déda (27/10).

Projeto – Com um diversificado material cinematográfico, com temáticas voltadas para a linguagem das Artes Cênicas, o Cine-Teatro na Escola visa integrar professores, estudantes, artistas e comunidade em um processo que compreende a exibição de 16 filmes, com articulação de bate-papos orientados por professores e artistas convidados ao final das sessões. O evento é aberto ao público e segue até dezembro deste ano. O projeto, fomentado pelo Edital PROEXT/Artes 2014, conta com o apoio da Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (PPGAC).


RELEASE: ARTISTAS E PROFESSORES ENFATIZAM A IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DA MEMÓRIA NO TEATRO



Doutor em Artes Cênicas Claudio Cajaíba, Diretor e produtor Edinilson Pará, e doutor em Artes Cênicas Raimundo Matos de Leão (Foto: Rodrigo Queiroz) 


Por ser uma obra de arte que precisa ser contemplada no momento em que se realiza, numa interação ator/platéia, os registros sobre o teatro são essenciais para mantê-lo vivo na memória e na História. Partindo dessa compreensão foi que o Projeto Cine-Teatro na Escola exibiu na noite de segunda (27), no Teatro Martim Gonçalves, o documentário “Yumara Rodrigues – Uma Diva nos Palcos da Bahia”, do diretor Edinilson Pará, e o curta metragem “Perfil – Harildo Déda”, uma realização da TVUFBA.

Presentes para discutir a importância da conservação da memória no teatro estavam o diretor do documentário sobre Yumara Rodrigues, Edinilson Pará; o co-autor do livro "Harildo Déda - A Matéria dos Sonhos", Raimundo Matos de Leão; e o professor da Escola de Teatro da UFBA, Cláudio Cajaíba.

Ao dar início ao bate-papo da noite, Cajaíba destacou que mesmo sendo efêmero, o mais importante no teatro é a relação da platéia com o artista. “Essa noção do efêmero pertence a qualquer obra de arte. Toda relação com a arte é de natureza efêmera”, argumenta. 

Para Raimundo Matos de Leão, o teatro é filho do tempo e espaço, portanto, sem memória não podemos registrar os acontecimentos. “É necessário que se registre em documentos, fotografias, filmes, documentários, essa manifestação”, ressalta. “É certo que quando o teatro é filmado ou fotografado perde sua essência. Mas filmado ele caracteriza sua essência que é a efemeridade”, acrescenta.

Raimundo ainda destaca que os registros são importantes para que a memória não se destrua ao longo do tempo. Ele diz ser “necessário que se preserve a memória em um país que não tem essa preocupação e que pensa mais no modernismo”.

Essa dificuldade em preservarmos a memória e registrar manifestações importantes, como é o caso do teatro, fez com que Edinilson Pará enfrentasse alguns obstáculos na hora de fazer o documentário sobre Yumara Rodrigues. “A maior dificuldade para o documentário era ter como mostrar como Yumara se comportava no palco”, conta. O diretor fez questão de mencionar a gentileza das pessoas que cederam seu material (fotografias, vídeos) para a composição do filme. 

Na oportunidade, Edinilson relatou a grande satisfação em contar um pouco da história de artistas como Yumara Rodrigues. “Ela (Yumara) foi muito gentil e abriu o coração e a casa”, afirma Edinilson que também estudou interpretação com Harildo Déda: “Ele me mostrou o melhor caminho para dirigir atores”, lembrou.

Raimundo Matos de Leão, por sua vez, diz ter sentido um orgulho imenso ao escrever o livro biográfico sobre Harildo Déda, e que este foi um processo gratificante. “Ouvir o Harildo é como se fosse ouvir minha vida. Ele é do interior, e eu também. Ele tem uma ligação com o cinema e eu também. Ouvir essas histórias era muito gratificante para mim”, revela Raimundo.
 
Claudio Cajaíba também enfatizou sua experiência com os artistas no início de sua vida acadêmica. “Essas pessoas para a gente eram mitos”, relata orgulhoso por ter sido aluno de Harildo Déda. Sobre Yumara Rodrigues, ele lembra que foi dirigido por ela duas vezes em leituras dramáticas. “Olhar para o passado é uma coisa imprescindível”.

Ainda durante o encontro, Raimundo apelou para que se preservem os registros, para que a historiografia não se perca. “É importante para o futuro. Não para ser copiado, mas para que aquilo que as gerações passadas não conseguiram resolver - desejos, utopias- que a gente possa resolver no presente ou no futuro”, pondera. Para finalizar ele destaca: “A gente só pode louvar a contribuição desses dois monstros (Yumara e Harildo). E esses registros são da maior importância. Fico feliz com os documentários dos dois. É preciso que eles continuem sendo feitos”.

Vale lembrar, que o Cine-Teatro na Escola já exibiu os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10); “Jogo de Cena”(13/10); e “Grupo Galpão” (20/10). Na próxima segunda-feira (03/11), será exibido gratuitamente, às 18h30, o longa metragem “Evoé - Retrato de um Antropófago” (2011).



CINE TEATRO NA MÍDIA NO MÊS DE OUTUBRO

Site Bahia Notícias, publicação em 25/10/14



Site Bahia Econômica, publicação em 24/10/14



Site Bahia Econômica, publicação em 22/10/14


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

RELEASE: CINE-TEATRO HOMENAGEIA ARTISTAS BAIANOS COM A EXIBIÇÃO DE DOCUMENTÁRIOS



Na próxima segunda-feira (27), o Projeto Cine-Teatro na Escola promove a exibição do documentário “Yumara Rodrigues – Uma Diva nos Palcos da Bahia” (2011), com direção de Ednilson Pará, e o curta-metragem “Perfil-Harildo Déda” (2014), uma realização da TV UFBA. A exibição acontece a partir das 18h30, no Teatro Martim Gonçalves, no bairro Canela, em Salvador.

Para o bate-papo da noite, já foi confirmada a presença do diretor do documentário sobre Yumara Rodrigues, Ednilson Pará. Além do diretor, também participam do evento desta segunda os professores Luiz Claudio Cajaíba Soares e Raimundo Matos de Leão.

Esta será a oitava vez que o Projeto realiza o encontro com professores, artistas e estudantes. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10); “Jogo de Cena”(13/10) e “Grupo Galpão” (20/10).

Projeto – Com um diversificado material cinematográfico, com temáticas voltadas para a linguagem das Artes Cênicas, o Cine-Teatro na Escola visa integrar professores, estudantes, artistas e comunidade em um processo que compreende a exibição de 16 filmes, com articulação de bate-papos orientados por professores e artistas convidados ao final das sessões. O evento é aberto ao público e segue até dezembro deste ano. O projeto, fomentado pelo Edital PROEXT/Artes 2014, conta com o apoio da Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (PPGAC).


CONHECENDO OS CONVIDADOS DO BATE-PAPO SOBRE " YUMARA RODRIGUES - UMA DIVA NOS PALCOS DA BAHIA" E "PERFIL - HARILDO DÉDA" (27/10/14)

EDINILSON MOTTA PARÁ

Diretor de Teatro, Produtor, Iluminador, Jornalista e Documentarista. É Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (1995) e mestre em Artes Cênicas pelo Programa de Pós Graduação em Artes da UFBA. Iniciou-se no teatro em 1988, trabalhando como assistente de direção dos espetáculos “Poemas, Sonatas e Confissões Patéticas”, de Sérgio Farias; “Em Cima da Terra, Embaixo do Céu”, do IV Curso Livre da Escola de Teatro ad UFBA de 1989 e “As Bacantes”, do diretor José Celso Martinez Corrêa, em 1992. Já em 2001, criou o Núcleo Criaturas Cênicas, no qual realizou vários espetáculos, dentre eles, “O Aprendiz do Sonho”, de Júlio Góis - 2001 (diretor e co-produtor); “Escorial” de Michel de Ghelderode (indicação de Melhor Diretor de 2002 no Prêmio Braskem de Teatro) - 2002 (diretor e co-produtor); “Coralinda”, com poemas de Cora Coralina - 2007 (diretor); “Nhô Guimarães”, de Aleilton Fonseca - 2008 (diretor e co-produtor) e “O Arrancadentes e O Falso Marido”, textos da Commédia Dell’arte do Festival de Uma Cia Só - 2012 (co-diretor). Como jornalista e documentarista exerce na TV Educativa da Bahia as funções de produtor e diretor de programas especiais e documentários. Fez parte também da equipe de produção e realização da série “Bahia Singular e Plural” - entre 1998 e 2001, “Terra Mater” e dos programas musicais da TVE. Foi criador do “Pano de Boca”, quadro semanal que aborda as produções de teatro e dança na Bahia, dentro do programa diário TV Revista na TVE, entre 2000 e 2005, foi o diretor do episódio "As Penitentes da Freguesia”, do Projeto Cenas da Bahia, do Pólo de Teledramaturgia, desenvolvido pela Secretaria de Cultura da Bahia e IRDEB/TVE, em 2007. Atualmente, é diretor de cena do SOTERÓPOLIS, programa semanal sobre arte, cultura e entretenimento.


LUIZ CLAUDIO CAJAIBA SOARES


É professor e ex-coordenador do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas PPGAC na Escola de Teatro da UFBA. Coordena o projeto da área da Licenciatura em teatro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID-CAPES-UFBA (30 bolsistas) e o projeto de estudos artísticos do Programa de Licenciaturas internacionais - PLI (7 bolsistas), Grupo Coimbra, também da CAPES. Fez pós-doutorado pela FAPESB/PPGAC/UFBA, cujo projeto investigou os processos de recepção e crítica de espetáculos na cena contemporânea. É doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia e Universidade Livre de Berlim (2005). Tem mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (1997). É bacharel em Artes Cênicas - Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia (1992). Faz comentários semanais sobre teatro no programa multicultura da Radio Educadora da Bahia. Colabora com a organização do programa de palestras e discussões do Festival Internacional de Dança Contemporânea Brasileira em Berlim. É consultor ad hoc da FAPESB, CAPES e FAPESP. Concentração nas seguintes áreas do conhecimento: artes cênicas, filosofia estética, teatro-educação e comunicação.


RAIMUNDO MATOS DE LEÃO


Nascido em Baixa-Grande, Bahia, Raimundo Matos de Leão é Doutor e Mestre em Artes Cênicas. Escritor, dramaturgo, professor adjunto da Escola de Teatro da UFBA. Formado em Teatro (ator) e História (professor), Raimundo atuou em Salvador nos seguintes espetáculos: A Bicicleta do Condenado, de Arrabal, direção de Jesus Chediak, Macbeth, de Shakespeare, direção Enrique Ariman, Tito Adronicus, de Shakespeare, direção de José Possi Neto dentre outras. Transferindo-se para São Paulo (1974) onde residiu durante trinta anos, trabalhou em teatro, A Perseguição, de Timochenco Webbi, direção de Márcio Aurélio A Morta, de Oswald de Andrade e Tio Vânia de Tchekov, ambos dirigidos por Emílio Di Biasi dentre outros. Publicou muitos livros sendo os mais recentes pela Edufba Abertura Para Outra Cena: o moderno teatro na Bahia (2006) e Transas na Cena em Transe: teatro e contra cultura na Bahia (2009). Tempo de Dramaturgia (2014) organizado com Cássia Lopes.



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

RELEASE: HISTÓRIAS DO GRUPO GALPÃO INSPIRAM GRUPO DE TEATRO BAIANO FINOS TRAPOS


Mestrandos e membros do Grupo Finos Trapos Polis Nunes e Thiago Carvalho (Foto: Lilih Curi).


A trajetória do Grupo de Teatro Galpão concentrou as atenções dos convidados e da plateia presentes no Cine-Teatro na Escola, na última segunda-feira (20), no Teatro Martim Gonçalves. Através do documentário “Grupo Galpão” (2009), dos diretores André Amparo e Kika Lopes, o público riu e se emocionou com os relatos narrados no longa metragem. As histórias do grupo, fundado em 1982, em Belo Horizonte (MG), promoveram também reflexões sobre a importância da formação de grupos de teatro no Brasil, dos obstáculos enfrentados, e dos sucessos obtidos por eles. 

Esta foi a sétima vez que o Projeto Cine-Teatro na Escola realizou o encontro com professores, artistas e estudantes. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10); e “Jogo de Cena”(13/10). Na próxima segunda-feira (27) serão exibidos o documentário “Yumara Rodrigues – Uma Diva nos Palcos da Bahia” e o curta-metragem “Perfil - Harildo Déda”.

A primeira a falar sobre o Grupo Galpão, na noite de segunda-feira, foi a mestranda em Artes Cênicas, Polis Nunes, que também faz parte de um grupo de teatro – Finos Trapos. Polis é uma das fundadoras do grupo baiano, oriundo de Vitória da Conquista. Para ela, o Galpão é uma referência para qualquer grupo. Em sua atual pesquisa, a artista informou que está estudando os modos de produção de dois grupos, dentre eles o Galpão. 

Em relação a Finos Trapos, que já tem 11 anos de existência, Polis disse que tanto a linguagem quanto a continuidade do Galpão são referências para eles. Outro ponto destacado, é que no Galpão, não há um diretor fixo. “Estão sempre num processo de diálogo com o grupo”, diz Polis, ao ressaltar mais uma característica de identificação da Finos Trapos com o Galpão.

A questão da memória do grupo mineiro também foi destacada por Polis, que chegou a participar de uma das oficinas promovidas pelo grupo em sua sede em Belo Horizonte. Ela revela que um dos integrantes do Galpão, Eduardo Moreira, escreveu um livro que conta detalhes do grupo. O material audiovisual do Galpão também chama a atenção. “Fiquei impressionada que eles têm imagens de tudo. Eles tiveram esse cuidado. Eles já estabeleceram uma organização desde o princípio. Eles queriam viver daquilo”, comenta. 

Outra curiosidade sobre o Galpão é que até hoje eles continuam passando o chapéu em suas apresentações. Segundo Polis, isso ocorre não só pelo simbolismo, por ser um grupo de artistas de rua, mas porque marca muito o início deles. “Hoje eles contam com uma equipe de produção e assessoria de imprensa. Isso é uma conquista que foi feita paulatinamente”, pontua. 

Thiago Carvalho, que também faz mestrado em Artes Cênicas, e é membro do Grupo Finos Trapos, desde 2010, falou sobre sua experiência no Galpão - ele participou do Cine Horto. Thiago contou que lá aprendeu a produzir e gerir o próprio trabalho. “Entrava de manhã às 7h00 e saia às 10h00 da noite. Éramos muito diferentes... Tinham representantes de cada estado do país, mas foi interessante para me fortalecer e dizer: É! É isso o que eu quero!”. Atualmente, ele pesquisa coletivos de teatro dos anos 1970.

Ainda em se tratando da estrutura do Galpão, Thiago diz que eles têm o próprio selo, livros de dramaturgia, boutique, etc., tudo para angariar fundos. Ao fazer um paralelo com a Finos Trapos, Thiago relata algumas dificuldades enfrentadas pelo grupo, tais como, a falta de uma sede para ocorrer os ensaios e para guardar o material cenográfico. Polis Nunes lembra que precisou doar grande parte do material cenográfico por falta de espaço para guardar. 

Continuando na análise da situação dos grupos de teatro na atualidade, Thiago citou uma entrevista que assistiu, do ator Marco Nanini, na qual ele afirmava que hoje é muito difícil produzir um espetáculo sem muito dinheiro. “Isso é verdade. A gente precisa ter dinheiro”, diz Thiago. “Não dá mais pra trabalhar de graça. Essa rotina de grupo tem mexido muito conosco. E ver o Grupo Galpão faz a gente pensar que queremos uma qualidade de vida”, desabafa.

Polis argumenta ainda que o Galpão faz o espetáculo circular e ficar em cartaz por muito tempo. “Hoje tem espetáculo que não tem vida muito longa. Isso acaba esbarrando na questão financeira. Muitos grupos tentam fazer essa circulação, mas, geralmente, é preciso financiamento. Essa é a realidade hoje”. 

Na ocasião, a plateia questionou o posicionamento do Grupo Finos Trapos quando os atores sentem a necessidade de atuarem em outros grupos para se manterem financeiramente. Polis revela que hoje isso é mais tranquilo. “Já tivemos crises porque alguns membros precisavam fazer outros trabalhos, mas isso só o tempo ajudou a entender, só com a maturidade do grupo. É bom que a pessoa saia e volte renovada, com outras referências, outras estéticas. Já foi um problema, mas hoje não mais porque tem diálogo”. 

Polis informou que entre 2009 e 2010 houve alguns desligamentos no Grupo Finos Trapos. Hoje são cinco integrantes, mas chegou a 11 nos tempos áureos. “O repertório é o que mais influencia no desligamento do grupo. Não conseguimos fazer a substituição, às vezes por questão de vaidade do ator mesmo. E tem a questão da estrutura, às vezes o espetáculo deixou de existir porque não tinha ator”.

Diferente do contexto em que o Grupo Galpão foi fundado, Polis destaca que “hoje a gente pode pensar quais as perspectivas do artista: Querem fazer teatro de grupo? Ou ser mais independentes? Ou se unir a um grupo que tem uma montagem?”. Ela ressalta ainda que existem mais oportunidades na área acadêmica e com as Políticas Públicas de Cultura, que na época em que o Galpão começou não existiam.

Por fim, para resumir a importância da existência de grupos de teatro como o Galpão e Finos Trapos, vale destacar uma frase dita por Thiago Carvalho durante o encontro: “Acredito que juntos nós somos mais. O que eu não tenho, o outro tem”. 



domingo, 19 de outubro de 2014

PROGRAMAÇÃO CINE-TEATRO NA ESCOLA – NOVEMBRO DE 2014


03/11 – EVOÉ - RETRATO DE UM ANTROPÓFAGO


SINOPSE: Um filme que articula de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos-chave da trajetória de Zé Celso: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe, em Alagoas, Epidaurus e Atenas, na Grécia e em sua casa, em São Paulo. Um olhar particular e multifacetado de uma das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos.


ROTEIRO E DIREÇÃO: Tadeu Jungle e Elaine Cesar. ELENCO: José Celso Martinez Corrêa. PRODUÇÃO: Marcelle Ianelli. FOTOGRAFIA: Romulo Errico e Tadeu Jungle. DURAÇÃO: 104 min. CLASSIFICAÇÃO: 16 anos. (BRASIL, 2011).


10/11 – A DESCONSTRUÇÃO DO ESPAÇO CÊNICO: PROFISSÃO CENÓGRAFO

SINOPSE: Em Profissão Cenógrafo, a cenografia é traduzida por profissionais e iluminadores que, juntos, possibilitam a criação de texturas e sensações em um palco. O documentário faz parte da série Teatro e Circunstância realizada pelo SescTV e aborda o teatro contemporâneo por meio de diferentes aspectos, como a relação dessa arte com a cidade, as técnicas interpretativas, as diferentes arquiteturas teatrais ou as exclusões delas e o espaço para a celebração dramática.


DIREÇÃO: Amílcar Claro. ROTEIRO: Sebastião Milaré. DEPOIMENTOS: J. C. Serroni, José de Anchieta, Daniela Thomas, Fábio Namatame, Sylvia Moreira. PRODUÇÃO: Amilcar M. Claro Produções. REALIZAÇÃO: SESCTV. DURAÇÃO: 52 min. CLASSIFICAÇÃO: Livre.  (BRASIL, 2009). 

17/11– NILDA SPENCER: ESPECIAL TVE


SINOPSE: Considerada a embaixatriz do teatro baiano, Nilda Spencer alcançou sucesso nacional como Dinorah, amiga de dona Flor no filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Também atuou em minisséries da TV Globo, como Tenda dos Milagres (1984) e O Pagador de Promessas (1985). Foi professora da Escola de Teatro da Bahia por vinte e quatro anos e professora de dicção na Universidade Federal do Sergipe. Este documentário nos convida à uma panorâmica histórica do teatro baiano a partir da vida de Nilda Spencer, depoimentos da própria atriz, artistas, produtores, amigos e familiares. Uma realização da TVE em homenagem aos 80 anos de Nilda Spencer.


DIREÇÃO: Doris Pinheiro. DEPOIMENTOS: Nilda Spencer e outros. REALIZAÇÃO: TVE. DURAÇÃO: 54 min. CLASSIFICAÇÃO: Livre. (BRASIL, 2003).

24/11 – AUGUSTO BOAL E O TEATRO DO OPRIMIDO


SINOPSE: O filme narra a trajetória do teatrólogo Augusto Boal desde o Teatro de Arena de São Paulo até os dias de hoje. Em paralelo, mostra a evolução do Teatro do Oprimido, presente em 72 países desde os anos 70, cuja filosofia é romper a barreira entre ator e público propondo uma ação política libertadora. Augusto acreditava que as artes cênicas funcionam como meio de transformação subjetiva do ser humano e transformação objetiva da sociedade, ponto de partida pro Teatro do Oprimido, onde o espectador adquire voz, movimento, som e cor, e pode exprimir desejos e ideias.


DIREÇÃO: Zelito Viana. DEPOIMENTOS: Augusto Boal, Ferreira Gullar, Edu Lobo, Chico Buarque, Aderbal Freire Filho, Cecília Boal e Julian Boa e outros. PRODUÇÃO: Mapa Filmes do Brasil. COPRODUÇÃO: Canal Brasil. DURAÇÃO: 62 min. CLASSIFICAÇÃO: Livre. (BRASIL, 2011)



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CONHECENDO OS CONVIDADOS DO BATE-PAPO SOBRE "GRUPO GALPÃO" (20/10/14)


THIAGO CARVALHO

Ator, Pesquisador e Produtor. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente faz mestrado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC), da UFBA. Em sua trajetória artística, integrou o Grupo Caçuá de Teatro e a Família PAFATAC, ambos de Vitória da Conquista. Em 2008, desembarcou na cidade mineira de Belo Horizonte onde integrou o elenco do Projeto Oficinão Galpão Cine Horto do Grupo Galpão, que teve como resultado cênico o espetáculo “Arriscamundo” sob a direção de Kênia Dias. Ademais, atuou como pesquisador do NUPT (Núcleo de Pesquisa e Treinamento do Ator) da UFMG e participou do Projeto Pé na Rua, também do Galpão Cine Horto, que teve como resultado a encenação do espetáculo “Sonho de uma Noite de São João”.  Ingressou no Grupo de Teatro Finos Trapos em 2010.


POLIS NUNES

Atriz, Professora de Teatro e Produtora. Licenciada em Teatro (UFBA – 2006), Mestranda em Artes Cênicas pelo PPGAC/UFBA. Integra o Grupo de Teatro Finos Trapos desde o seu surgimento em 2003, atuando na realização de Projetos nas áreas de Teatro, Arte-Educação e Produção. Sua pesquisa discorre sobre aspectos da Gestão Cultural no âmbito de dois Grupos Artísticos brasileiros, como cada um dos grupos estudados desenvolve os seus processos administrativos em seus contextos específicos de atuação, considerando as especificidades de sua linguagem, técnicas e o espaço geográfico no qual atuam e desenvolvem seu histórico enquanto Grupos. Para além da sua atuação no Grupo de Teatro Finos Trapos, realiza trabalhos na área de Arte-Educação, Produção Executiva, Gestão, Elaboração de Projetos e Assessoria de Comunicação.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

RELEASE: CINE-TEATRO EXIBE O DOCUMENTÁRIO "GRUPO GALPÃO" NA SEGUNDA-FEIRA (20)


Grupo Galpão em "Romeu e Julieta" (Foto: Divulgação)


Promovendo mais um encontro, o Cine-Teatro na Escola vai exibir o documentário “Grupo Galpão” (2009), na segunda-feira (20/10), no Teatro Martim Gonçalves, às 18h30. Fundado em 1982 em Belo Horizonte, Minas Gerais, o grupo de teatro realizou apresentações em mais de 300 cidades brasileiras e, inclusive, esteve em vários países.

Com direção de André Amparo e Kika Lopes, o documentário a ser exibido é fruto de sete anos de pesquisa e gravações que resultaram em mais de 400 horas de material sobre o grupo, ensaios, espetáculos, viagens, vida familiar. O filme que o Projeto vai exibir é um resumo de todo esse trabalho. A entrada é gratuita.
 

Os convidados confirmados para o bate-papo da noite são os atores e mestrandos em Artes Cênicas, Thiago Carvalho e Polis Nunes, ambos integrantes do Grupo de Teatro Finos Trapos. O grupo, que surgiu em Salvador, em 2003, desenvolve um trabalho continuado de produção artística, atuando em frentes de trabalho que desembocam na criação de espetáculos, atividades de pesquisa, oficinas, cursos de aperfeiçoamento, leituras dramáticas e produção executiva.

Esta será a sétima vez que o Projeto realiza o encontro com professores, artistas e estudantes. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10); e “Jogo de Cena”(13/10).

Projeto – Com um diversificado material cinematográfico, com temáticas voltadas para a linguagem das Artes Cênicas, o Cine-Teatro na Escola visa integrar professores, estudantes, artistas e comunidade em um processo que compreende a exibição de 16 filmes, com articulação de bate-papos orientados por professores e artistas convidados ao final das sessões. O evento é aberto ao público e segue até dezembro deste ano. O projeto, fomentado pelo Edital PROEXT/Artes 2014, conta com o apoio da Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (PPGAC).


terça-feira, 14 de outubro de 2014

RELEASE: REALIDADE E FICÇÃO SÃO CONFRONTADAS APÓS “JOGO DE CENA”

Atrizes Evelin Buchegger e Deusi Magalhães (Lilih Curi)


Quem esteve no Cine-Teatro na Escola na noite desta segunda-feira (13) se emocionou com as histórias reveladas no documentário “Jogo de Cena” (2007), do diretor Eduardo Coutinho. O filme, exibido no Teatro Martim Gonçalves, promoveu uma reflexão do que é realidade e do que é ficção. E também do quão verdadeiro o ator/atriz pode ser ao dar vida a uma personagem ficcional ou real.

Para discutir o longa metragem, estiveram presentes a atriz Evelin Buchegger e a diretora e atriz Deusi Magalhães. Esta foi a sexta vez que o projeto realizou o encontro com professores, artistas e estudantes. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, e “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10). Na próxima segunda (20), às 18h30, será exibido o filme “Grupo Galpão” (2009), de André Amparo e Kika Lopes. A entrada é gratuita ao público em geral.

Logo no início do bate-papo, Deusi comentou que a realidade pode surpreender mais do que a ficção. Ela recordou o ataque as Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001, que parecia inimaginável até mesmo em filmes. Para ela, “a realidade na verdade tem várias realidades”. Ao citar conceitos contidos em dicionários - de que a realidade tem haver com o que existe de verdade, com o que é material - ela argumenta: “Mas os sonhos, as crenças também existem e não são materiais”. 

A diretora continua sua análise explicando que nosso olhar é fragmentado e, consequentemente, a realidade também será. De acordo com Deusi, não há uma realidade única. “São várias realidades ficcionais que constroem uma narrativa outra”.

Da relação cinema e teatro, nesse contexto entre realidade e ficção, Deusi Magalhães diz que o cinema (originado a partir dos inventos dos irmãos Lumière) “nasce pensado como uma forma documental”. Os irmãos Lumière queriam retratar fatos cotidianos da realidade e não de ficção. 

No entanto, Méliès, que já tinha experiência com o teatro, deu outro sentido ao cinema, criando uma ficção a partir da realidade. “O teatro sempre trouxe para o cinema toda a base”, destaca. Segundo a atriz, o cinema mudo, por exemplo, é muito teatral, tem muitos gestos. 

Em se tratando do gestual, ela afirma que o teatro é a vida em ação. “Você constrói um personagem, constrói um corpo [...]. Por mais que eu trabalhe a construção do movimento, baseado numa partitura, eu preciso colocar uma realidade, uma intuição, uma emoção”.

A atriz Evelin Buchegger, por sua vez, começa afirmando que o documentário é muito sedutor, muito forte, e que o ser humano precisa disso. “Tudo tem um símbolo. Você como ser humano, com sua verdade plena... Ela te transforma. O mais primoroso e transformador é você estar pleno”, diz. Para Evelin, tudo que é verdadeiro contagia. 

Ainda na avaliação da artista, a grande dificuldade do ator é estar sempre traduzindo isso. Ela revela que o ator depende muito do posicionamento do diretor para saber o que ele quer? Qual o objetivo do trabalho? De que forma usar o texto? “A grande onda é saber até quando você vai levar a verdade. Para o cinema, quanto mais verdadeira melhor [o choro, as emoções]. No teatro, nós podemos usar o corpo [na interação com a plateia]”. 

Na ocasião, a atriz revelou uma experiência pessoal que contribuiu para sua atuação artística. “Quando minha irmã se manifestou perto de mim fiquei impressionada, porque tinha outra energia nela. O rosto dela mudou [...], a voz era outra [...]. A partir daí quis levar isso para o palco. Essa energia... Eu queria me transformar assim”, conta. Mas a atriz ressalta que essa transformação tem que ocorrer, se esse for o objetivo do trabalho e não apenas para dizer: “Olha! Como eu sei fazer”.

Nessa relação diretor e ator, Deusi Magalhães complementa dizendo que o ator tenta imaginar o que o diretor quer que ele faça, mas não tem que ser igual ao que o diretor quer. “Eu acho que sempre deve haver uma abertura para a criação do ator. Depende da relação diretor e ator”, pondera.

Um exemplo citado, a partir do documentário, foi o relato da atriz Andréia Beltrão que não queria chorar em sua participação no filme porque queria agir igual a pessoa que narrou a história, mas ela não consegue conter as lágrimas, e diz ter ficado incomodada com isso. Conforme Deusi, “as memórias vão chegando aos poucos. Andréia Beltrão quis fazer exatamente igual [a mulher que narrou sua história], mas ela como pessoa não consegue. Talvez se ela tivesse mais tempo, ela poderia trabalhar melhor essa memória da dor”, acredita. “Toda obra de arte é uma vida em ação”, acrescenta. Já Evelin afirma que o importante é saber o objetivo. “Qual é o objetivo da obra? É ser igual? Pode haver outros objetivos maiores”, declara. 

Tocada com o filme de Eduardo Coutinho, a plateia motivou as convidadas a falarem um pouco do diretor. “Ele é um grande revelador de almas, que buscou tanto... E tem um final trágico, uma realidade trágica”, mencionou Deusi Magalhães, numa referência ao assassinato do diretor pelo próprio filho, que sofre de Esquizofrenia.

No documentário “todos foram desnudados”, conclui Deusi Magalhães. Não só as entrevistadas, mas também as atrizes que participam do filme. E, talvez, até mesmo o próprio diretor.



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

CONHECENDO OS CONVIDADOS DO BATE-PAPO SOBRE "JOGO DE CENA" (13/10/14)

EVELIN BUCHEGGER
 
Atriz. Nasceu no Rio de Janeiro, mas passou a infância em Dias D'ávila, interior da Bahia. Em 1990, muda-se para Salvador e ingressa no Curso Livre de Teatro da Escola de Teatro da UFBA. Integra o elenco de "As Aves", de Aristófanes, com direção de Armindo Bião. No espetáculo de encerramento do curso, trabalha com Joana Schnitman, em "A Lira dos Vinte Anos" (1992) é dirigida por Deolindo Checcucci, com o diretor Paulo Dourado participa da montagem de teatro de rua "Os Menestréis do Pelô" (1992 e 1993). Entre 1993 e 1995 faz duas montagens com Carmen Paternostro: "Merlin ou A Terra Deserta", e "Otelo". Atua na peça "Divinas Palavras" (1998), com a direção de Nehle Franke, e entra para a Companhia de Teatro da Bahia a convite das atrizes Andrea Elia e Ana Paula Bouzas. Ainda em 1998, apresenta "Carne Fraca" e "Noite na Taverna", ambas com o diretor Fernando Guerreiro, com quem trabalha diversas vezes, entre elas em "Idiotas que Falam Outra Língua", pela qual recebe o prêmio Copene de Teatro na categoria melhor atriz. Em outra parceria com Guerreiro, "Brasis" (2002), sua atuação é novamente consagrada com o Prêmio Braskem de Teatro. Inicia, então, uma sequência de trabalhos para televisão e cinema, entre eles "Bêbado em Cama Alheia" (2004), exibido na TVE-Bahia, e os longas-metragens "Anjos do Sol" (2006), de Rudi Lagemann; "Jardim das Folhas Sagradas" (2011), de Pola Ribeiro, e "O Homem Que Não Dormia" (2011), de Edgard Navarro. Em 2008, estreia como vocalista da Banda Limusine, em espetáculo com direção artística de Márcia Andrade e direção musical de Jerry Marlon.


DEUSI MAGALHÃES
 

Diretora, atriz e produtora integrante do Núcleo Criaturas Cênicas/Cooperativa Baiana de Teatro. Ex-Diretora Executiva da Cooperativa Baiana de Teatro, no período de sua fundação (02/07/04 até 02/07/08), ocupa hoje o cargo de Presidente desta Instituição. Possui uma carreira artística com mais de trinta peças encenadas, em diferentes funções (diretora, atriz e produtora), além de ter atuado em cinco longas metragens, seis  curtas e três programas especiais produzido pela TV Educativa da Bahia. Com formação acadêmica em arquitetura, e formada como atriz pelo Teatro-Escola Célia Helena em São Paulo, junto com Renato Borghi realizou por um ano e meio núcleo de estudos teatrais para leituras dramáticas de diversos autores, reunindo atores como Elias Andreata, Celso Frateschi, Edith Siqueira, Dan Stulbach dentre outros. Como professora de teatro, deu aulas a alunos do EJACV- Educação de Jovens e Adultos do Colégio Padre Ântonio Vieira, dirigindo ao final do curso um espetáculo com os alunos. O espetáculo comoveu a comunidade docente superando todas as expectativas, sendo convidados para apresentá-lo em Alagoinhas num colóquio sobre educação e no Fórum Nacional dos EJA(S). Ministrou aulas de teatro na rede de ensino do Colégio Acadêmicos por um ano. Ministra oficinas de teatro pelo interior baiano e comunidades da capital. Também já realizou o Palco Giratório do SESC Nacional ministrando oficinas em mais de 25 cidades e 5 capitais brasileiras. Ganhou destaque como diretora ao encenar, em 2005, "A Revolta dos Brinquedos", de Pedro Veiga e Pernambuco Oliveira, montagem esta que teve indicação ao Prêmio Braskem de Teatro/2005 de Melhor Espetáculo Infanto-Juvenil, sendo vencedora nesta categoria pelo Júri Popular. Em 2008 estreia "Nhô Guimarães", texto de Aleiton Fonseca, adaptação de sua autoria com o diretor do espetáculo Edinilson Motta Pará, peça vencedora do Programa BNB de Cultura/2008 percorrendo o sertão baiano nas cidades de Sr. do Bonfim, Uauá, Canudos e Euclides da Cunha. Entrou em cartaz no SESI Rio Vermelho por 2 meses, e apresentou-se nas cidades de Feira de Santana e Conceição do Coité. Neste ano de 2010, abril e maio,  realizou a Mostra de Repertório: 3 x Criaturas Cênicas, onde foram apresentadas as peças "Escorial", "A Pedra do Meio Dia ou Artur e Isadora" e "Nhô Guimarães" patrocinado pelo Prêmio Funarte Myriam Muniz. Em 2011 vence a chamada pública France Liberté, produz e dirige a peça de teatro de rua "A Farsa da Grande Fortuna", texto criado de forma colaborativa apresentado nas principais praças de Salvador, a peça, inclusive, foi convidada para se apresentar em Lyon na França.
 

SEGUNDO TEASER: DIVULGAÇÃO CINE-TEATRO NA ESCOLA


PRIMEIRO TEASER: DIVULGAÇÃO CINE-TEATRO NA ESCOLA


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

RELEASE: CINE TEATRO EXIBE E DISCUTE O DOCUMENTÁRIO JOGO DE CENA NA SEGUNDA (13)




O projeto Cine-Teatro na Escola exibirá na próxima segunda-feira (13) o documentário “Jogo de Cena” (2007), de Eduardo Coutinho. O diretor paulistano ganhou em 2007 a estatueta Kikito de Cristal, do Festival de Cinema de Gramado pelo conjunto de sua obra. Entre seus principais filmes, além de “Jogo de Cena”, estão "Edifício Master", "Babilônia 2000" e "Cabra Marcado Para Morrer".

No filme a ser exibido no Teatro Martim Gonçalves, no bairro do Canela, 83 mulheres contam sua história de vida dentro de um estúdio. Destas, 23 são selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Posteriormente, várias atrizes interpretam, a seu modo, as histórias que foram contadas por aquelas mulheres, anteriormente. O elenco conta com a participação de Marília Pêra, Fernanda Torres, Andréa Beltrão e Mary Sheila. 

A atriz Evelin Buchegger e a diretora, atriz e produtora Deusi Magalhães já estão confirmadas para participarem do bate-papo da noite.

Esta será a sexta vez que o projeto realiza o encontro. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”, e “A Vida de Bertolt Brecht” (06/10).

Projeto – Com um diversificado material cinematográfico, com temáticas voltadas para a linguagem das Artes Cênicas, o Cine-Teatro na Escola visa integrar professores, estudantes, artistas e comunidade em um processo que compreende a exibição de 16 filmes, com articulação de bate-papos orientados por professores e artistas convidados ao final das sessões. O evento é aberto ao público e segue até dezembro deste ano. O projeto, fomentado pelo Edital PROEXT/Artes 2014, conta com o apoio da Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (PPGAC).



FOTOS DO CINE-TEATRO NA ESCOLA EM OUTUBRO


Bate-Papo após exibição de “Yumara Rodrigues - Uma Diva nos Palcos da Bahia" e "Perfil - Harildo Déda" (27/10/14):

 Doutor em Artes Cênicas Claudio Cajaíba, Diretor e produtor Edinilson Pará, e doutor em Artes Cênicas Raimundo Matos de Leão (Foto: Rodrigo Queiroz)


 
 Doutor em Artes Cênicas Claudio Cajaíba, Diretor e produtor Edinilson Pará, e doutor em Artes Cênicas Raimundo Matos de Leão (Foto: Rodrigo Queiroz)



Exibição dos documentários (Fotos: Rodrigo Queiroz)


Bate-Papo após exibição de “Grupo Galpão" (20/10/14):



Mestrandos e membros do Grupo Finos Trapos, Polis Nunes e Thiago Carvalho, (Foto: Lilih Curi)



Exibição do documentário (Foto: Lilih Curi)



Mediadores do bate-papo Fabrícia Dias e Leonardo Teles (Foto: Lilih Curi)


Bate-Papo após exibição de “Jogo de Cena" (13/10/14):



Atrizes Evelin Buchegger e Deusi Magalhães (Foto: Lilih Curi)


Atrizes Evelin Buchegger e Deusi Magalhães (Foto: Lilih Curi)



Bate-Papo após exibição de “A Vida de Bertolt Brecht" (06/10/14):



Olívia Camboim Romano e Paulo Cunha (Foto: Rodrigo Queiroz)



Olívia Camboim Romano e Paulo Cunha (Foto: Rodrigo Queiroz)




terça-feira, 7 de outubro de 2014

RELEASE: ARTISTAS E PROFESSORES DESTACAM A IMPORTÂNCIA DE BERTOLT BRECHT PARA O TEATRO



Olívia Camboim Romano e Paulo Cunha (Foto: Rodrigo Queiroz)


A grande atração da noite desta segunda-feira (06), no Teatro Martim Gonçalves, foi a exibição do documentário “A Vida de Bertolt Brecht” (2006), do diretor Joachim Lang. Presentes na ocasião estavam a doutoranda em Artes Cênicas, Olívia Camboim Romano, e o diretor de teatro, Paulo Cunha, atualmente em cartaz com a peça “As Confrarias”. Eles foram os convidados desta semana para um bate-papo sobre o poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Esta foi a quinta vez que o Projeto Cine Teatro na Escola realizou o encontro entre professores, artistas, estudantes e amantes das Artes Cênicas. Já foram exibidos os filmes “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”, junto com o curta metragem ODU (08/09); “Slava’s SnowShow (15/09)”; “A Aventura do Théâtre du Soleil (22/09)"; e “Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (29/09)”. Na próxima segunda-feira (13) será exibido o documentário “Jogo de Cena”, do diretor Eduardo Coutinho.

Para começar o bate-papo da noite, Olívia Romano revelou que seu interesse por Brecht começou ainda durante sua graduação. Ela até já escreveu um livro referente ao dramaturgo – “Uma Arena no Museu: Reflexões sobre a primeira montagem de Brecht em Santa Catarina”. Olívia disse que uma das coisas que lhe chamaram a atenção em Brecht foi a noção de que não apenas o ator, mas também o espectador precisa ser educado. “Isso me intrigou e descobri que na Argentina tem uma Escola de Espectadores [baseada em Brecht]”, comentou.

Já Paulo Cunha iniciou sua fala elogiando o Projeto: “A iniciativa é ótima, de trazer a linguagem cinematográfica que dialoga com as Artes Cênicas”. Sobre a obra de Brecht, ele acredita que o dramaturgo propõe “pensar o teatro como realmente um ato de intromissão. Um ato de se colocar em diálogo com a comunidade, com a sociedade. Sair do próprio umbigo e abrir nossos olhos para a realidade a nossa volta”, argumenta. “Brecht era contra o exibicionismo do ator que não refletia sobre o contexto e o poder que a arte tem”, acrescenta.

No que se refere a sua experiência com o teatro, Paulo Cunha relata que a partir de Brecht foi possível perceber que em primeiro lugar deve haver uma reflexão ética e não só estética do teatro. “Brecht queria o texto vivo. O teatro é uma troca que se efetiva no palco... A reflexão ética é muito importante para o ator. Isso está presente nas Confrarias, apesar de ser um texto brasileiro [Jorge Andrade]”, explica.

Para o diretor, o teatro de Brecht não faz sentido ao contar uma história por ela mesma, mas todo o sentido é feito no link entre a obra e seu tempo (contato social), sendo que todos aqueles que compõem o corpo criativo tem que ter essa consciência.

Paulo citou ainda o gestus brechtiano como algo essencial para o ator. O gestus, na definição dada pelo diretor, pode ser um ato, um gesto, um objeto, algo que seja típico. “É o que nós reconhecemos dentro da nossa cultura, nossa comunidade que leva o público a reconhecer o seu cotidiano”, esclarece.

O gestus é uma forma de se fazer uma narrativa de modo mais social, tendo como referências grupos sociais para mostrar ou explicar uma situação. “Essa identificação [do gestus] é necessária para depois vir o estranhamento, o que o personagem central, Marta, faz na peça [As Confrarias] ao visitar as confrarias e de repente ela faz as pessoas estranharem seu comportamento, fazendo uma reflexão sobre as nossas contradições”, exemplifica Paulo Cunha.

Ele continua: “Em Stanislavski existe o se mágico. Se eu fosse o personagem o que eu faria? É muito subjetivo. Enquanto que Brecht não queria essa individualidade. O típico é que interessa no teatro brechtiano”.

Ainda em se tratando da relevância do gestus social, Olívia Romano acredita que ele pode ser usado no momento inicial do ensaio, para que o ator possa se aproximar do papel. “Gestus são atitudes de conjunto e não individualizadas”, analisa. “O gestus é sempre um super desafio para o ator, mas está aí também em imagens, no texto”. Ela cita o exemplo, presente no documentário, em que a atriz Helene Weigel tem um grito mudo numa das peças de Brecht. O ato da atriz é fruto, segundo Olivia, da percepção da artista a partir da imagem de um cavalo relinchando observado na pintura “Guernica”, de Pablo Picasso, e de uma foto de uma mãe indiana.

Olivia segue relatando suas experiências a partir da obra do dramaturgo alemão: “Do ponto de vista de Brecht o ator continua sendo o ator durante a interpretação. Ele não se anula. Ele continua colocando sua opinião, não só em relação ao personagem, mas também para o espectador refletir o que está sendo posicionado em cena”.

Em outro momento, a plateia indagou os convidados acerca do espetáculo que mais o marcaram.  Olivia respondeu que um dos espetáculos foi “Cacilda!”, dirigida por José Celso Martinez, entre 1998 e 1999. Já para Paulo Cunha, “Piaf”, de Bibi Ferreira, foi um dos mais marcantes, junto com “Romeu e Julieta”, do Grupo Galpão, apresentado no Teatro Castro Alves.

Numa outra oportunidade, ao ser questionada sobre quais posturas foram adotadas diante da montagem de um texto de Brecht (que pode ser considerado sagrado por pertencer a um autor renomado) Olivia Romano revelou que nunca chegou a encenar um texto do dramaturgo, mas tudo o que leu sobre ele está presente nas suas próprias montagens e na sua trajetória acadêmica e profissional. “O texto dele estava em movimento, sofria interferências dos atores, do público. Não é sagrado e intocável”. Ela citou um exemplo, presente no filme, onde a peça “A Vida de Galileu” sofreu modificações após o lançamento da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, no período em que a peça foi montada.  Olívia ainda destacou o estranhamento como o ponto principal da obra de Brecht.

Por fim, Paulo Cunha revelou que durante o Curso Livre de Teatro da UFBA tentou montar “Santa Joana dos Matadouros”, mas a montagem não ocorreu porque na época não havia o comprometimento necessário. “Infelizmente, não pude ainda ter um texto do próprio Brecht”, lamenta. Paulo ressaltou a Ética como o principal em Brecht.