terça-feira, 23 de setembro de 2014

RELEASE: PROFESSORES E ARTISTAS COMPARTILHAM SUAS EXPERIÊNCIAS COM O THÉÂTRE DU SOLEIL



 Professoras Vica Hamad, Lilih Curi e Deolinda Vilhena (Foto: Leonardo Teles) 


Quem compareceu ao Teatro Martim Gonçalves, no bairro do Canela, na noite desta segunda-feira (22) se impressionou com a grandiosidade do Théâtre du Soleil. Na ocasião, foi exibido o filme “A Aventura do Théâtre du Soleil”, que mostra um pouco dos bastidores dessa companhia que agrega mais de 80 artistas.

A obra cinematográfica enfatiza o trabalho desenvolvido pela diretora francesa, Ariane Mnouchkine, à frente do Théâtre du Soleil, que completa este ano 50 anos de existência. Para contar as experiências obtidas a partir desse teatro, estiveram presentes as professoras Deolinda Vilhena, Vica Hamad e Lilih Curi.
  
Deolinda começou relatando que levou 25 anos para conseguir chegar no Théâtre du Soleil. Em 2000, ela pediu a Ariane Mnouchkine permissão para pesquisar sobre o teatro e assim desenvolveu sua dissertação de mestrado e tese de doutorado. “Eu tenho uma paixão por eles”, revelou.

Segundo Deolinda, esta é a única companhia no mundo que não entra em um teatro. “Quando ela [a companhia] viaja, se instala uma tenda”, explica. Na tenda, há arquibancadas bifrontais para 600 pessoas.  Esse é o limite de público estabelecido por Mnouchkine, para que a platéia acompanhe de perto o espetáculo.

Outra informação compartilhada pela professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi a de que existe uma divisão de tarefas dentro da companhia. “Não tem lugar para estrela. A estrela é o Théâtre du Soleil”, destacou. “O espetáculo é a prioridade”, acrescentou.

Já Vica Hamad relatou sua participação em alguns workshops com membros da companhia e que a musicalidade envolvendo o grupo lhe marcou. “A música respira junto com o Théâtre du Soleil”, observou. Sobre o músico Jean-Jacques Lemêtre, membro da companhia, ela ressaltou que ele está presente e participa desde o início da composição do espetáculo. “Ele trabalha a musicalidade junto com a voz [dos atores]”, pondera.

A professora Lilih, por sua vez, falou sobre seu estágio de um mês no Théâtre du Soleil, na França. Ela destacou que primeiro houve o exercício de observar para depois ir para o tablado. Sobre o impacto obtido ao assistir pela primeira vez um espetáculo da companhia, ela descreve: “Foi arrebatador. Pelo espaço, em primeiro momento. É arrepiante. Tem os camarins em baixo das cadeiras. O público vê os artistas se montarem. Os personagens estão ali em processo”.

Sobre a atuação política e social do Théâtre du Soleil, Lilih afirma que “a relação do Soleil com a comunidade e as questões políticas é muito forte. É de se admirar”. Deolinda citou ainda Mnouchkine ao lembrar que “o teatro não muda o mundo, mas muda a cabeça de quem pode mudar o mundo”.

 
 

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