domingo, 6 de março de 2016

Sessão de Abertura - Mostra Noites de Circo

por Vitória Alana

 
Prof João Gabriel Teixeira (UNB), debatedor da sessão

E então se abriram as cortinas da contemplação ao cinema em sua riqueza e pureza advindas da poética ilustração do vagabundo mais famoso do planeta, o Charlie Chaplin.

No dia 16 de fevereiro o projeto Cine Teatro na Escola retomou suas atividades com o filme O Circo (1928) do ator, artista circense, compositor e músico Charlie Chaplin, que arrancou risos e lágrimas do público de estudantes e professores ativos e regressos da Escola de Teatro da UFBA e também dos estrangeiros à escola presentes no teatro Martim Gonçalves para contemplar o projeto que acontece todas as terças-feiras as 18:00 h gratuitamente.

Contamos com uma estrutura muito próxima de um cinema, quando as luzes apagaram-se e a projeção no palco do teatro iniciou, vislumbramos um retorno ao século passado através do filme ainda de cinema mudo de Charlie. Notei que o público estava bastante confortável e deveras se divertindo com o que vivenciaram. O filme apresentado narra a história de um pobre vagabundo confundido com um batedor de carteira que por força do destino acaba sendo estrela principal de um circo da região que se encontrava em decadência. Apaixona-se pela acrobata do circo e finaliza o filme demonstrando a fragilidade e sensibilidade do palhaço que sorri em sua inocência e pureza escondendo a dor em demasia que verdadeiramente sente.

Professor Dr. Paulo Henrique Alcântara,
que integra a coordenação do projeto Cine-Teatro na Escola
No fim, apesar de todos os risos arrancados, terminamos todos emocionados com o final delicado e emocionante. Afinal, um palhaço real não vive só de risos, pois é humano e infelizmente aberto ás dores do mundo. Vimos no corpo expressivo de Charlie todas essas gargalhadas arrancadas facilmente e toda essa dor saudosa em um filme que ele participou ativamente atuando e dirigindo-o musicalmente e artisticamente.

As luzes do Martim acenderam-se e então vimos descer as escadas o professor e pesquisador de circo João Gabriel Teixeira, que no escuro do palco foi trazido ao foco da luz pelo Professor Paulo Alcântara e novamente acomodado para que todos pudessem enxergar a grandeza dessa preciosa figura. O diálogo foi bem intimista, quase como uma roda de amigos, onde conversamos e trocamos informações sobre o Charlie Chaplin e as dificuldades e glórias ao fazer esse e outros filmes. Sua vida pessoal, sua história como ativista político e o novo nome criado para si que ao invés de palhaço se alto denominava vagabundo.

Recolhi um comentário de um dos espectadores do filme que emocionado disse:

Debate com o público, após apresentação de "O Circo"
“A experiência de estar em um teatro, assistindo ao filme do Charlie Chaplin  é uma  oportunidade  indescritível, pois nos remete de alguma forma a uma sensação  de estarmos dentro desse mundo maravilhoso e curioso, que ao mesmo tempo resgata os palcos  do teatro de forma sublime e sutil. É possível perceber a importância do  Chaplin para o mundo teatral em suas performances a qual dispensa as palavras e deixa o corpo falar perfeitamente, trazendo a tona uma total relação do teatro de palco com o áudio visual, uma dualidade em que os papeis são invertidos de alguma forma e nos dá uma ótica dual onde o teatro e o áudio visual se dão a oportunidade da inter-relação. Um resgate no tempo e espaço, onde podemos nos sentir pertencentes a esse misto de relações e para mim Chaplin seria o pai que retorna a sua casa, ao encontro dos seus filhos (plateia), mostrando assim a importância de um para o outro em que a reciprocidade se faz por inteira.

Aprovo e apoio esse projeto, pois vejo nele um importante  resgate de gerações onde o novo, o tradicional e o velho modo de se fazer teatro funde-se perfeitamente.”  Laércio Cidral. (UFBA) Universidade Federal da Bahia. BI- Humanidades.  



E já estamos ansiosas e ansiosos para o próximo filme que é A estrada da vida de Fellini no dia 8/03 na terça-feira as 18:00 h, gratuito com os debatedores: Adalberto Meirelles e com a diretora da Escola de Teatro da UFBA, Eliene Benício.Aguardamos ansiosamente os amantes do circo, cinéfilos e “fellinianos”. Evoé!

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